terça-feira, 28 de agosto de 2007

Tita

O nome dela é Tita.
Passa lá em casa, me chama para um sorvete.
Tomo o sorvete, lambo sua blusa até cansar.
O amor é assim.
Quando ela vai embora, lambo as minhas mãos.
Escrevo sorvete num pedaço de papel.
E fico olhando pro céu.

Ilha

O mar deve ser a golfada de um deus.
No fundo, peixes e ossos.
E não era para menos tanto.
A areia fixa a renda das conchas, distraem-se as horas.
Foge quem salta, o arqueiro, mesmo a lebre.
Alguém diria, a aventura era fazer nascer.
Pouso de penetração, silencioso como o nome do pai,
ilha feita com um olhar.
Arroubo ferindo pedras.
Adeus entre os afogados.